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Mostrando postagens de 2010

Contando e cronicando…

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O cultivo de maçãs e as maçãs do cultivo Eu estava de fato muito ansioso. Muito não, muitíssimo. Foram anos de trabalho, suor, esforço e dedicação em cima de um único projeto: transportar seres humanos. Meus dedos já não mais possuíam unhas, roídas pelo nervosismo que me apossava. Se fosse apenas essa a questão, do transporte, eu estaria muito mais tranquilo, mas o problema era por onde eu desejava transportar o ser humano. Não seria pelo mar, pela terra, muito menos pelo ar, mas seria mesmo por uma linha telegráfica. No princípio, pode até parecer engraçado devido à aparente loucura imaginada, mas confesso que por certos momentos pensei que as dificuldades de um projeto dessa grandeza excederia minhas capacidades intelectuais para propor um desenvolvimento a este engenhoso plano que muitos, ao tomarem conhecimento, chamaram-no de louco, fruto de devaneios, impossível de se realizar. Eu porém, coloquei em minha cabeça que isso era possível e que esta gigantesca invenção deveria aos

Esforço

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“Um abismo atrai outro abismo” (Sl 41, 8) Eu tenho um sonho… Esse é o título do discurso de Luther King em favor da igualdade entre negros e brancos. Era mais que sensível a segregação racial nos Estados Unidos dos anos 60 e o clamor que brota de um dos mais aclamados homens que o mundo já viu é um grito em favor da liberdade. É um brado pelos seus ideiais, um desprendimento de forças em defesa de um povo. O dirscurso de Luther King é um dos mais famosos e considerado o melhor discurso estadunidense do século XX, isso porque que suas palavras representam e defendem aquilo que temos de mais importante: um sonho. Não sou um grande líder, vivo em uma sociedade em que a segregação aparente foi reduzida  de forma considerável. Meu país é tratado como celeiro de união, compatibilidade de miscigenações e diferenças, ainda sendo a realidade diferente do mito exportado. Embora exista esta infinitude de diferenças, eu também tenho um sonho. Como todo os seres viventes, sou alimentado de ide

Desde sempre

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100 Desde sempre, para sempre: Corinthians! 100 Desde que eu me conheço, desde quando eu sei que sou gente, sei que sou corinthiano. Talvez a consciência de ser corinthiano precede a de ser gente, porque a paixão sempre vem antes de tudo. Na verdade, nasci corinthiano, aliás, em 1990, ano do 1° Brasileiro, e ao passar dos anos, fui sendo seduzido por essa arrebatadora paixão, que não dá margem para a fuga. É como a música “Para todos”, de Chico Buarque: o meu pai é corinthiano, meu avô corinthiano, o meu bisavô corinthiano… É algo de berço, ou melhor, de sangue. Nada melhor para um time que é do povo. Para o povo. E desde criança já sentia o peso do manto alvi negro, o que significava ser chamado de corinthiano, fazer parte de uma grande família. Porque ser torcedor do Corinthians não é dizer-se simpatizante de uma agremiação qualquer, mas um cidadão da maior nação popular do Brasil e oxalá do Mundo. E vamos crescendo e aprendendo que, se eu quero ter estampado no peito o distintivo t
Relâmpago O compromisso esvaiu-se na dúvida, Na prepotência, a humanidade. Diluiu-se a sensibilidade no prazer, O amor no vácuo.

No dia dos pais…

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M emória s (Parte II) Por qual motivo gostamos tanto de cultivar lembranças e alimentar memórias? Esta interrogação acompanhou-me desde quando escrevi a primeira parte destes relatos pessoais alguns meses atrás, e notei que o campo das recordações é muito mais vasto do que nós imaginamos. Se fizermos esforços concentrados, conseguiremos penetrar naqueles mais profundos recônditos da alma e viajar nas nuvens das sensações humanas que com o tempo vamos concebendo, cultivando e arquivando dentro de nós. Apraz-me muito relembrar velhos fatos, acontecidos inesquecíveis, pois são eles que nos explicam tanto do presente e nos orientam para o futuro. São as lembranças que mesmo em momentos tão escuros do hoje nos trazem uma luz radiosa vinda do ontem, e nos enchem de alegria. Se contemplarmos bons e saudáveis momentos e nos alegramos por e com eles, é porque foram marcados por uma presença. E quando existe a experiência da presença em algum momento, noutro com certeza a solidão parecerá equ

O faz de conta que acontece…

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O b ode e o jardi m   Qual a dimensão da sua imaginação? Agora não importa que ela seja grande ou pequena, o que vale é você deixar-se levar pelo espírito da fábula. Aqui não há anões, cigarras, formigas ou grilos falantes. Mas existe uma gota da tonalidade acinzentada do cotidiano que apresenta para você, de forma simples, rápida e fácil, a história de um bode em seu jardim. Mas deixo um alerta: não conte essa história para as crianças. Por não haver fadas, encantos e feitiços, e sim um gosto amargo de realidade, talvez você possa privá-las da esperança de um mundo melhor!   Tudo começou há algum tempo. Havia um pedaço de terra que aos poucos foi sendo cultivado. Ele não ficava muito longe, nem em “tão, tão distante”. Mas as coordenadas geográficas apontavam para bem debaixo de nossos pés. Ora recebia bons tratos, ora era danificado. E assim, em uma gangorra de bons e maus proprietários, durante anos e mais anos, o jardim foi tomando uma forma, recebendo suplementos, aditivos, e

Atenção!

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Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus (Mc 12,17)   Com esta frase Jesus definiu bem a autonomia e o respeito, que deve haver entre a política (César) e a religião (Deus). Por isto a Igreja não se posiciona nem faz campanha a favor de nenhum partido ou candidato, mas faz parte da sua missão zelar para que o que é de “Deus” não seja manipulado ou usurpado por “César” e vice-versa. Quando acontece essa usurpação ou manipulação é dever da Igreja intervir convidando a não votar em partido ou candidato que torne perigosa a liberdade religiosa e de consciência ou desrespeito à vida humana e aos valores da família, pois tudo isso é de Deus e não de César. Vice-versa extrapola da missão da Igreja querer dominar ou substituir- se ao estado, pois neste caso ela estaria usurpando o que é de César e não de Deus. Já na campanha eleitoral de 1996, denunciei um candidato que ofendeu pública e comprovadamente a Igreja, pois esta atitude foi uma usurpação por parte de César daquilo q

Poesia para o inverno…

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Sinfonia   Quando a lua a ti não mais brilhar sua embarcação não mais flutuar e seus olhos quiserem se fechar... ... eu ainda estarei a te amar.   Quando sua respiração quiser cessar o sangue em suas veias não mais circular e sua mente não mais raciocinar... ... eu ainda estarei a te amar.   Quando suas palavras não conseguirem rimar suas mãos não puderem acariciar e seus pés o solo não mais pisar... ... eu ainda estarei a te amar. Quando sua voz não retumbante soar seu doce sorriso amargo ficar e a lágrima se recusar a rolar... ... eu ainda estarei a te amar. Quando seu perfume se perder no ar seu corpo mostrar a primavera passar e as costas pelos duros fardos se curvar... ... eu ainda estarei a te amar. Mesmo que o tempo insista em marcar em nossas faces o seu desenrolar, serei para sempre seu par para uma última valsa contigo dançar. E quando a indesejada chegar, pensando que poderá por sobre nós triunfar o que de ti aprendi, a ela vou mostrar:   Se tan

São João Batista e o Xadrez

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No tabuleiro da vida O mês de junho normalmente é conhecido em nosso país pelos tradicionais festejos aos santos Antônio, João e Pedro. Uma tradição que se originou do povo rural, de cultura simples, mas não menos importante que as muitas outras, e de uma fé genuína e verdadeira, que acreditava na poderosa força e intercessão dos três santos que, na certa, estavam perto de Deus e dEle poderiam alcançar grandes graças, sendo que ainda hoje, em muitos lugares, a bandeira dos santos é levantada ao som da oração do santo terço. Quero pedir licença ao santo de Lisboa ou de Pádua, como queiram portugueses ou italianos, e também solicitar que me perdoe o santo portador das divinas chaves, uma vez que hoje gostaria de escrever sobre o Precursor, João Batista. Primeiramente, peço desculpas aos leitores, pois não possuo cultura exegética ou grande fundamentação teológica, mas as reflexões que faço de São João, ainda que pareçam pueris, são meditações pessoais, catequéticas, como talvez fi

Livros

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Quando Cristo fala Atualmente, não é fácil encontrar um livro com temática religiosa de grande tiragem e número de vendas, que tenha sido escrito para os leitores em geral, que não gire em torno do tema da auto-ajuda. Na busca desenfreada pelo ter, os seres humanos se depararam com um abismo cavado sobre sua própria essência, e diante desta perca do ser, exigem para si, perante as visíveis consequências, palavras confortadoras e otimistas, fórmulas prontas conforme a força do pensamento. Seja talvez por ter sido escrito em 1976, e influenciado por todo o contexto libertador do período pós Concílio Vaticano II, Meu Cristo Partido não corre o risco de ser taxado como um livro de auto-ajuda, nem de cair na mesmice das levas de obras que as muitas editoras nos oferecem hoje. Mas antes disso, é um livro de cunho religioso que leva o leitor a uma profunda reflexão, até mesmo dolorosa, se este se entregar verdadeiramente à leitura. Quase beirando a um romance, Meu Cristo Partido é a grande ob

Uma gota

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UMA Uma got a. Uma gota d' água tem muito a e xplicar: Como a água nasc e da terra e dela agora passará s em pre a jorrar. Como pelo sol vaporiza e tom a conta do ar, formando alguma nuvem, para cinzenta ela ficar. E depois num raio o c éu todo clarear, e toda água vir a desabar, para a terr a árida fecunda molhar, e assim num ciclo incess ante, realmente belo. Até um dia, quando pela irresponsabilidade humana, o homem gra nde sede sentir este ouro poderá não mais existir. Nossa torneira seca estará. Então não haverá só gota para explic ar. GOTA

Um pouco de poesia...

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H Á H á um homem estendido no chão, No chão da vida, como semente. H á uma multidão estendida no chão, No chão do mundo, sementes dormentes. H á uma apontada arma na mão, Na mão do opressor, como açoite. H á uma multidão com sangue na mão, Na mão do mundo, açoite na noite. Há uma causa pronta na manifestação, N a manifestação da ideia, como voz. Há uma boca repleta de manifestação, N a manifestação do mundo, voz do algoz. Há uma lança afiada cravada no peito, N o peito aberto, como guerreiro. Há uma razão alada dentro do peito, N o peito do mundo, guerreiro prisioneiro. Há uma controversia na argumentação, Na argumentação do ego, como lição . Há uma contradição naquela argumentação Na argumentação débil, lição de humilhação . Há um fim posto em toda visão . Na visão do mundo, como último ponto. Há a ausência da ânima naquela visão. No visão do tudo, conto do ponto .

No dia das mães...

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"O amor de mãe é o combustível que permite a um ser humano fazer o impossível." Marion Garretty M emória s (Parte I) O poeta cantou em seus versos que mãe não deveria morrer. Acredito, porém que ela jamais morre quando se tem guardada na mente e no coração as melhores recordações, as lembranças mais fraternais e as memórias plenas de carinho. Esse carinho não necessariamente deve acontecer por muitos abraços e tantos outros beijos, também por estes, mas sim por gestos que na sua essência expressam, ainda que da forma mais peculiar possível, ternura. Uma ternura que faz aquecer o coração dos filhos, que os conduz muito tempo depois a refletirem sobre tudo o que passou, admirando então a maciez das pétalas quando só percebiam os espinhos que as cercavam, afinal, ternura é sinônimo de amor, e amor não significa facilidade. Voltando às memórias, elas são algo profundamente íntimo. Todos possuem as suas, das mais particulares àquelas públicas, mas sempre com aquele quê de secreto

O som do tempo

Ouço vozes. Ouço nada. Talvez tudo e um pouco mais. Nas ondas sonoras embaladas pelo vento, há uma música simplesmente peculiar. Soa como ofensa aos apressados, tranquilidade para os sãos. Inaudível tantas vezes, eloquente em outras. Incessante ritmo. Simples assim. Um tic. Um tac. Vida. Fim. Ou começo. Da areia que cai. Do som que não para. Da ampulheta a ser invertida. Do ritmo frenético das pernas pálidas. Esperando o esperado, julgando o futuro. E o fim encontrando o começo, nos perdemos. Na vibração desta música, que não cessa. A morte. O ser volta a ser, na plenitude de sua existência. O Belo.
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O MÁRTIR DA AMÉRICA Devo aqui confessar que os santos dos tempos atuais sempre me encantaram. Para ser mais objetivo, refiro-me àqueles que ainda não possam ter sidos canonizados, que não estão nos altares de nossas igrejas, mas marcam admiravelmente os corações de um povo devoto e têm especial lugar na vida de muitos pelo modo de viver modelo e pelo exemplo que deixaram no século XX ou até mesmo neste em que vivemos. Talvez por suas histórias terem se passado tão perto de nossa época e de nossos dias, fico com aquela boa sensação de que é possível, sim, ser santo como eles foram, talvez não nas circunstâncias em que eles viveram, mas com o meio que usaram para fazer aquele algo a mais: a fé em Cristo e o serviço incansável aos irmãos. São homens e mulheres que souberam ler os sinais dos tempos e adapta-los ao seu modo de viver e ao seu apostolado, fiéis a Cristo, que passa a ser até muitas vezes difícil penetrarmos nas características de algum sem esbarrarmos em traços de outro. O sé

Pela Igreja de Cristo e pelo Papa

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Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela (Mt 16, 18) De fato há, mais do que nunca, uma conspiração contra o Santo Padre e a Igreja Católica. Querem derrubar o primeiro e destruir a segunda. Há uma perseguição articulada que quer deslegitimar a autoridade moral da Igreja, do Papa, para tirar força da sua mensagem . Com isso não pretendo, de nenhum modo, minimizar os escândalos. É claro para todos que houve menosprezo de muitos bispos e muitos erros foram cometidos por alguns membros do clero; padres que erraram e pecaram. Mas existem tantos outros, a maioria, sacerdotes bons , que nunca fizerma o mal a ninguém, que não abusaram de quem quer que seja, que não pensam na carreira, nem sequer buscam o poder. Que o erro seja reconhecido e punido, mas não na proporção exagerada que os meios de comunicação concederam a tudo isso que acompanhamos e outros segmentos sa tânicos de nossa socie

Seminário Mãe do Divino Amor

No alvorecer do cinquentenário “Revesti-vos do homem novo, criado à imagem de Deus, em verdadeira justiça e santidade.” (Ef 4, 24) O ano de 2010 ficará marcado de forma especial, com letras de ouro, na história da Província São Paulo Apóstolo, quando o Seminário Maior Mãe do Divino Amor comemora 50 anos de existência e assim, de formação de novos palotinos, discípulos e missionários do Cristo Apóstolo. Iniciando este período jubilar, a comunidade palotina se reuniu em Curitiba para render graças a Deus por uma etapa a se iniciar. Deus plantou uma semente nos corações de alguns jovens e agora são colhidos os primeiros frutos, de forma a ser, cada um, uma nova força no testemunho da Verdade e na construção do Reino, sob o carisma de São Vicente Pallotti. Abrindo o ano e assim oficialmente as atividades do seminário, chegaram entre os dias 18 e 21 de janeiro os sete noviços que concluíram o Período Introdutório em Cornélio Procópio, e agora integram a comunidade do Seminário Maior, para i
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Quaresma, um tempo especial. Jejum , penitência e oração são totalmente destituídos de valor e sentido se não forem vivificados pela caridade e acompanhados das obras de justiça. Assim, o jejum verdadeiramente agradável a Deus consiste em libertar-se do egoísmo e prestar alívio e ajuda ao próximo. A Igreja, abolindo quase inteiramente o preceito do jejum exterior, entendeu empenhar-se com maior força em favor dos pobres e humildes. Durante a Quaresma, o presente convite à prática da caridade está em estreita relação com o convite ao jejum. A Quaresma ajuda-nos a descobrir as necessidades do próximo e lembra-nos que podemos encontrar a maneira de ir-lhe ao encontro, renunciando a algo de pessoal. O jejum, cumprido por amor de Deus e dos seres humanos, é sinal do desejo de conversão. O jejum, além de sinal do desejo de conversão, é também sinal de espera. O próprio Jesus, como os discípulos de João no deserto, assumindo em si a longa espera do esposo. Chegado este, o jejum não em mais s