O Jardim das Aflições: não assista!
Se alguma vez na tua vida você já ouviu falar de Olavo de
Carvalho, estas linhas podem ser para você. Mas se nunca ouviu falar deste
velhote, estas linhas com certeza são para você, pois aqui quero fazer um
urgente alerta, um spoiler aos
desavisados, sobre o estrago que este senhor tem feito na mente de uma porção
de pessoas, sobretudo dos jovens. Chega a ser inacreditável, desestabilizador,
uma covardia!
Em 2017 veio a público o filme que não deveria existir,
causando polêmica por onde está passando. Mas não poderia ser de outra maneira:
O Jardim das Aflições não deveria
existir mesmo, pois com sua distribuição pelo país está abrindo milhares de
portas a esse senhor de quem falamos no início, sem contar que servirá como
doce combustível aos que já abraçaram o brasileiro da Virgínia para seguirem
adiante na defesa de suas ideias. Por isso, se você passar em frente a um
cinema no qual está sendo exibido o filme, não entre. Se for tentado a entrar,
não assista. E explico por quais motivos.
Não assista ao filme se você não quiser escapar das garras
facínoras dos preconceitos, cheios de lugares comuns, sobre todas as coisas
diferentes de seu pensamento, de forma especial sobre Olavo. Não assista se
você não quiser expandir sua visão, seu horizonte, recalcular suas coordenadas
para encontrar um norte, lançando fora suas velhas bússolas caducas.
Não assista se você não deseja conhecer o outro lado da
moeda. Não assista se você não quiser se libertar da vilania da esquerda, ter
armas – as de fogo aparecem muitas vezes no filme, que horror! – ou aprimorar
as que você já têm, contra o estamento que domina o país – e possivelmente tua
mente.
Não assista se você não aceita que se fale abertamente de
Deus, de Nosso Senhor, do destino final do homem, que se converse sobre o
transcendente. Não assista se você não suporta saber que muitos homens - de
nome, sobrenome e RG - encontraram o caminho da salvação eterna através de uma
pessoa que vai à missa e se soma às crianças na fila do confessionário.
Não assista se você não suporta a gentileza da sabedoria e a
humildade de quem é sábio, mesmo tendo previsto tudo o que disse sobre o Brasil
há 20 anos. E que continua acertando em suas análises proféticas. Não assista
ao filme se você não quer aceitar que Olavo está mobilizando multidões de
pessoas, sobretudo jovens, que estão ouvindo Wagner, Sibelius e Villa-Lobos,
lendo o Aquinate, Carpeaux, Chesterton e Tolentino, fazendo erguer-se uma
geração de inconformados com aqueles que lhes imputaram uma hegemonia tirana.
Por fim, não assista ao filme se você não ama a realidade, o
ser, a vida. Não assista se você não quer ter esperança - a mim, o filme gritou
esperança. Como pode tudo isso? Como Olavo é tão cruel assim? É inacreditável,
é desestabilizador, é covardia. Não tem para ninguém.
Contudo, se você espera... assista. Se você acredita... não
se deixe deter. Contra quem quer controlar até mesmo o que devemos pensar, um
ingresso de cinema não é somente um ingresso. Pois uma coisa é certa: Olavo tem
razão.
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