Rio de Janeiro, 07 de abril de 2011
Para Géssica, Bianca, Karine, Laryssa, Larissa, Luiza, Mariana, Milena, Rafael, Samira e tantos outros inocentes...

Desalento no Realengo
Era um campo florido,
promissor tapete de cores e brilho.
Pétalas que foram levadas pelo vento,
no desalento do Realengo.
Havia no princípio a esperança,
na normalidade do que parecia não mudar.
Um ceifeiro que não pensou em ser lento,
no desalento do Realengo.
Quem era inocente será noutro lugar,
e o criminoso no hiato do não ser.
Sem lógica cabível em todo momento,
no desalento do Realengo.
As razões sejam jogadas ao ar,
e tantas quintas-feiras sangrentas.
Soa um melódico canto violento,
no desalento do Realengo.
Um ínfimo ode em poucas linhas,
notas tristes, impotentes, cruentas.
Marcadas e marcantes feridas no sentimento,
no desalento do Realengo.
Se era um campo florido,
passou a ser apenas de seco escarlate.
Abrindo margem ao tempo, atento,
para não se repetir novos desalentos em outros Realengos.
Comentários
Teu texto transmitiu muito bem o sentimento do brasileiro que ainda tem sentimento.
A matança foi cruel, como cruel também deve ter sido a vida e também a morte, do cruel matador de Realengo.
bjs
Silvana